terça-feira, 22 de abril de 2014

Botando o bloco na rua.

Oi pessoalmini_gifs184 Como estão? Espero que tenham aproveitado bem o feriado prolongado! Eu aproveitei Smile. E não atualizei o blog antes, por causa disso. Não sei se já comentei, mas, sei fazer muitas coisas (mudo de assunto de uma forma meio abrupta, mesmo! Surprised smile). E não estou me gabando. Passei anos me dedicando aos meus hobbies, sem compartilhá-los. Nunca fui exibicionista! Minha postura era a oposta. Sem dúvida não sou a única a ter esta impressão, mas, no Brasil, muitas pessoas vivem de exibição. Existe até um conto, excelente, do Machado de Assis (um dos meus escritores preferidos), chamado O Espelho, sobre um alferes que não tinha identidade ou propósito na vida, sem a farda de alferes, o seu posto, visto, reconhecido e louvado pelos circunstantes (adoro essa palavra! ^^). Sem parentes, amigos e escravos para reconhecerem-no como alferes, sua essência se dissolvia a ponto de sua imagem ficar difusa, no espelho! Recomendo a leitura do conto, vou até colocar o link, no final do post. Muita gente simplesmente não existe sem os outros, sua existência é justificada pelas reações alheias. São os tais que nos presenteiam com postagens frequentes e insignificantes nas redes sociais, os que não dão um passo sem anunciá-lo aos quatro ventos, os que de fato se gabam do que sabem ou podem fazer, o bando de malucos que chegam ao extremo de tirar foto ao lado do parente, amigo ou congênere morto, no caixão, em pleno velório e postar no Face, etc.! Eu, aliás, torço pra que os espíritos dos finados persigam os infelizes que têm esta idéia de péssimo gosto! Ghost Gente assim, não vive pra si, vive de exibição. É o pessoal que devia amarrar uma melancia no pescoço, como dizia a minha avó. Não sou a única que acha isso chatíssimo Annoyed. Talvez, os reality shows e as redes sociais tenham potencializado a mania de querer aparecer, de muitas pessoas. Mas, nem todos podem ser celebridades! É complicadíssimo determinar o que faz uma. Eu prefiro acreditar que quem tem talento, mais cedo ou mais tarde, aparece. E essas pessoas são discretas! Então, um dos fatores que me levaram a não mostrar o que sei fazer, foi o exibicionismo alheio. Eu tenho um profundo respeito pelo próximo e sei que o universo não gira ao meu redor. Mas talvez tenha pecado por excesso de recato Embarrassed smile.

Outro fator é a absoluta inutilidade das minhas habilidades. E não, não tentem me consolar, guardem a caixinha de Kleenex, estou completamente ok com isto! Desenho, pinto, faço origami, tricô, crochê, envelopes, cartões (sou bastante habilidosa com papel), vou me inscrever em cursos de corte e costura, faço friendship bracelets, bijuterias, acessórios, roupas, canto, danço, escrevo, … Tudo que faço é bonitinho, singelo e não funcionaria, de jeito nenhum, como veículo de opressão. Explico: são muitas as pessoas neste país que usam suas habilidades, postos e títulos pra machucar os outros, desejando ardentemente que se sintam inferiores. O clássico “Sabe com quem você está falando?!” é um exemplo e tanto. Eu faço bichinhos de tricô e … não poderia usá-los contra ninguém 30. O que consigo é fazer pessoas sorrirem e se sentirem melhores mini_gifs50. Até escrevi mais detalhadamente sobre isto no meu blog em Inglês (http://multimaiden.blogspot.com.br/2013/12/is-happiness-sin.html). Recentemente, publiquei, pela primeira vez na televisão, ou melhor, na internet, um álbum com artesanatos de Páscoa, no Facebook e meu irmão decidiu compartilhá-lo em sua timeline. Eu não soube de nada, mas sempre tive uma sensibilidade absurda e sei que contatos dele ficaram com raiva. Sim, isto também pode ser traduzido como inveja. Ou recalque, como diria a filósofa contemporânea Valesca Popozuda (beijinho no ombro, aliás …Red lips). Às vezes, acontece. Existe gente que tem ódio do que é bonitinho e singelo e eu só posso concluir que são pessoas muuuito infelizes! figielekFelizmente, são muitos os que sorriem e ficam felizes, o que me encoraja bastante. Nenhuma das minhas habilidades é útil do ponto de vista capitalista ou coxinha. Eu posso até vender o que sei fazer, e já fiz isso. Mas, como já disse, não posso (nem quero) oprimir ninguém com meus talentos. Minhas habilidades dizem respeito a coisas que acalentam a alma. Na faculdade, uma colega, pessoa felicíssima, super bem resolvida, me apelidou de “princesa alegre” e era obcecada por me ridicularizar. Isto, no primeiro ano, A partir do segundo, eu mudei de horário e me tornei uma das alunas mais populares da faculdade. E não deixei de ser uma princesa alegre . Mas, continuava escondendo minhas habilidades. Quer dizer, mais ou menos. No Magistério, quase encontrei o nirvana, porque podia usar todas as cores, lantejoulas, estrelinhas e coisas fofas, pra decorar meus trabalhos, sem que perdessem o conteúdo! Na faculdade, fazia o mesmo, de vez em quando, e às vezes, de pirraça, porque sempre vou achar os adultos típicos chatos demais. Mas achava que seria tradutora de Italiano, trabalharia para uma grande empresa, moraria na Itália e me casaria com um bonitão como os jogadores da squadra azzurra. Ou seja, na minha mente, teria o destino de todos os universitários ou quase: um emprego sem cor, bichinhos ou glitter minibrilho. Desenho desde muito pequena, fiz curso de Desenho Artístico e Pintura (mas o que faço não tem nada a ver com o que aprendi) e cheguei a parar de desenhar, durante a faculdade. E de fazer todo o resto. Quando o que você sabe fazer não é “útil”, haja força pra continuar!

O tempo passou, eu me casei (sim, fui casada), passei por inúmeros percalços e pude ressucitar meus talentos. Mas pelos motivos elencados acima, mais todas as circunstâncias, nem me passava pela cabeça mostrar o que eu fazia, pra alguém além das pessoas próximas (isto, quando elas viam). Guardei meus trabalhos artísticos numa pasta e todos são esboços, tentativas, nada sério. Eu sempre fui diferente demais e, no ambiente em que vivia, artistas eram seres esquisitos, deslocados, especialistas em coisas inúteis, como eu já disse. Os parentes sonhavam destinos pomposos pra mim (médica – eu, que não suporto ver sangue e vísceras em filmes e séries de tv!; promotora de justiça; no máximo estilista, já que desenhava bonequinhos com roupinhas e acessórios. Mas eu teria que ser uma estilista muito absolutamente fodástica, com o perdão do termo!), enquanto eu fazia bonequinhos de lã ou papel e passava a tarde inteira brincando com eles. Sempre fui inteligente e acreditavam que eu seria uma profissional extraordinária, enquanto eu brincava de fazer vestidinhos pras minhas Barbies, sem sucesso, porque não dominava a técnica. Tipo, frustrei tudo que é sonho de grandeza, da família. Não nasci pra ser uma “vencedora”. Estou sinceramente obrando pra isso! Já disse que ainda não sei o que quero ser quando crescer. Quero ser feliz, já é alguma coisa! mini_gifs76 Fiz muitas coisas nos últimos anos (há uma década), mas não mostrei, nem levei nada muito a sério. Não queria aparecer, não fazia nada de “útil”, mesmo, era ridicularizada por ser cutie (só fui notar e priorizar as reações positivas, bem mais numerosas, depois) e artista, no Brasil … só quem é, sente o drama! O ambiente te desencoraja, a não ser que você conviva com outros artistas dispostos a te incentivar e não a te destruir.

Eu sempre tive amigos estrangeiros, principalmente europeus e eles sempre me elogiaram e incentivaram. Pra eles, mostrei muito mais coisas que pro pessoal daqui. Um dos meus amigos, suíço, por quem me apaixonei e desapaixonei com o mesmo fervor (Ah! A adolescência …), queria que eu vendesse tudo, desse aula de dança, etc. E eu tentava explicar que na Suíça podia até ser, mas aqui … Hoje, penso menos em carreira e grana e mais em ser quem sou. Olhando minha pasta de esboços, percebo que tenho um estilo e que ele é meu. Não sei se meus trabalhos aparecerão numa galeria e … dane-se, pra não dizer outra coisa! Nyah-Nyah Quase todas as minhas habilidades são ligadas a trabalhos manuais, muitas à Moda e à Arte. Não estou pensando, por enquanto, em quanto lucro ou sucesso posso obter com elas. Já disse que não quero fama, quero que as pessoas gostem do que vêem e não me importo de ter só meia dúzia de leitores ou admiradores, desde que a nossa troca seja verdadeira! Tive que conhecer pessoas muito desagradáveis pra perceber que minha maneira de ser e agir, é diferente. Sim, eu sei fazer coisas, várias. E agora me sinto suficientemente à vontade pra mostrá-las, porque deixei de lado os outros. Vê quem quer, curte quem quer. Me despi de pretensões. Não há nada de extraordinário no que faço, mas tudo é feito com muito carinho e eu dou, sim, muito valor ao que é bonitinho e singelo! mini_gifs84 É a minha linguagem, não estou nem um pouco afim de pagar de blasé e não é o dinheiro das inimiga que invisto nas minhas coisas! Comecei mostrando meus trabalhos timidamente, numa conta no Flickr, que só tinha amostras de pontos de tricô, no começo. E umas fotos meia-boca, por causa da “cortina” azul da sala e minha falta de diálogo com a câmera digital. Estou evoluindo no manejo da dita-cuja (sou boa fotógrafa, mas dos tempos da Canon com rolinho de filme), então, as fotos estão melhorando e eu decidi diversificar o Flickr. Colocarei a maior parte dos meus artesanatos lá. Deixarei o link no final do post e darei um jeito de colocar o ícone do Flickr aqui no blog. De qualquer forma, mostrarei meus trabalhos aqui e no Multi Maiden, também. Multi Maiden, aliás, que foi outro ato de coragem. Como disse no primeiro post, sempre escrevi, mas nunca tinha tido coragem, talvez, de compartilhar meus escritos. Simplesmente decidi fazê-lo e a coisa tem evoluído até aqui. Não sei se o que faço é incrível. Sempre disseram que escrevo muito bem. Mas, meu objetivo é que vocês, queridos leitores, sorriam, se identifiquem e comovam. Se meus blogs fizerem parte da vida de vocês, me sentirei satisfeita e estimulada a continuar! Não quero aparecer, não penso em milhões de seguidores. Quero o que é verdadeiro. Então, é isso: decidi mostrar minhas habilidades na internet, além da escrita. No Flickr continuarei postando pontos de tricô, até pra ter uma coleção e me lembrar de como eles são (tricoteiras entenderão), mas já coloquei alguns artesanatos de Páscoa e, com o tempo, todos os meus trabalhos estarão lá. Semanalmente, dedicarei posts a mostrar o que sei fazer por aqui, também. Não sei se vai dar em alguma coisa. Eu quero é botar meu bloco na rua!

Abraços e até a próxima postagem!

Lunamini_gifs185

Meu FLICKR: https://www.flickr.com/photos/multi_maiden/

Link para o conto O Espelho, de Machado de Assis: http://www3.universia.com.br/conteudo/literatura/O_espelho_de_machado_de_assis.pdf

 

mcblinkie0812

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