Aviso: O post a seguir faz referência ao fim de semana passado, não a este. Tenho escrito posts com antecedência, mas ainda não consegui postá-los a tempo! Tenham paciência comigo, por favor, e considerem o aspecto positivo: pelo menos, estou aqui!
Olá
Como estão vocês? Voltei mais rápido do que o esperado! 
Não posso prometer, mesmo, que acontecerá sempre, daqui pra frente! Mas ... E aí, curtiram o findi? Eu, sim, muito! A semana passada foi emocionalmente estressante (ou devastadora), então, eu precisava de experiências positivas! E existe uma balada em São Paulo que é perfeita pra lavar a alma: a Trash 80, que geralmente acontece no Clube Caravaggio, no Centro 
. Tenho 34 anos e pertenço a uma geração que teve infância e adolescência e sente muita saudade daquela época, porque foi mesmo especial! 
A Trash 80 é uma balada flashback, com hits nacionais e internacionais principalmente dos anos 1980 e 1990 
. Os djs tocam de tudo, inclusive música brega e infantil (tipo Xuxa, Mara Maravilha e Trem da Alegria). Então, se você não tem mente aberta, coração amoroso e leveza, seu lugar não é lá! 
A Trash 80 também não foi feita pra preconceituosos, principalmente homofóbicos, porque a galera LGBT marca presença na balada 
. Eu posso dizer que dificilmente encontro tanta gente legal num mesmo lugar! E sempre há um gay pra ser espontaneamente fofo comigo, é impressionante! 
Quando estive lá pela primeira vez, ganhei um beijo. E, no sábado, meu cabelo foi elogiado, assim, do nada. Um gay disse que ele é maravilhoso! 
Detalhe: meu cabelo é crespo. Sem dúvida, cabelos crespos podem ser maravilhosos (eu sou apaixonada pelo meu 
), mas hoje em dia são consideravelmente mais aceitos do que antigamente! Acreditem, a humanidade evolui, mesmo que a passos de tartaruga! 
Mas, onde eu estava, mesmo? Ah, sim! ... Eu conheci a Trash 80 durante a Virada Cultural deste ano e estava com o coração e a alma, em pandarecos. Encerrando aquele relacionamento que me levou a criar este blog. Me diverti muito mais do que esperava! E no sábado também foram questões de coração (não, eu não tenho problemas cardíacos! ) que me levaram até lá. Poucas coisas, pra mim, são mais terapêuticas que dançar! 
A noite inteira. E a aura da Trash é especial! Desta vez, bebi duas cervejas, uma Smirnoff Ice e uma jurupinga e não fiquei nem alta, só relaxada! 
Não tenho o costume de beber, muito menos de encher a cara, então, fiquei impressionada com a minha resistência! Será verdade que, com o tempo, o organismo fica mais resistente ao álcool? Posso garantir que isto não me levará a beber mais! 
Sábado rolou a festa Independência ou Trash, com hits nacionais (internacionais, também) e microfone aberto, pro pessoal desabafar sobre questões políticas. Mas talvez a galera estivesse meio bêbada demais pra meditar sobre os rumos do país, pelo menos quem subiu no palco. Um cara tentou puxar um coro, mandado a Dilma tomar naquele lugar, mas ... ficou chato pra ele. Eu voltei pra casa de alma lavada, às quase cinco da manhã! Adoro a Trash 80, voltarei lá várias outras vezes e recomendo a balada, pra todos que quiserem se divertir muito e lembrar da idade de ouro! 
Ou descobrir por que a geração de 1980 tem tanta saudade do que viveu, no caso dos mais jovens. Aqui está o site:
http://www.trash80s.com.br/
Ontem, eu e irmãozinho (fomos juntos à balada, a propósito) dormimos até quase três da tarde! E eu quis ir ao teatro. Há algo de mágico, no teatro! A ação se desenrola toda naquele momento, existe uma interação única entre os atores e o público! Procurei uma peça pra assistir, na internet e encontrei a comédia Caros Ouvintes, em cartaz no Masp (Museu de Arte de São Paulo) até outubro, às sextas, sábados e domingos. Aos domingos, o horário é ótimo: 19h30! O preço não é o que se chamaria de popular (a minha inteira custou R$ 40,00), mas a peça vale cada centavo! Mesmo! O texto e a direção são de Otávio Martins e a história se passa nos anos 1960, época em que a televisão começa a fazer parte da vida dos brasileiros e se impõe como o entretenimento do futuro. Até então o companheiro das pessoas, em todos os lugares, era o rádio. Hoje em dia, o rádio essencialmente toca música, playback. Mas antigamente as músicas e os jingles eram veiculados ao vivo e existiam as radionovelas, em que narradores e atores contavam histórias e davam vida a personagens, auxiliados pelos profissionais da sonoplastia, responsáveis pelos efeitos especiais 
. A história é sobre o elenco da radionovela Espelhos da Paixão, que se empenha em levar ao ar o último capítulo, em meio a inúmeras efervescências políticas e percalços internos, principalmente a falta de interesse dos investidores em radionovelas, consideradas ultrapassadas. Muitos profissionais do rádio ficaram desempregados nesta época. De acordo com o próprio diretor da peça, em texto escrito na revista distribuída no teatro:
“(...) A peça de passa em meados da década de 1960, periodo em que as rádios ainda lutavam bravamente contra o avanço inevitável da televisão, tendo como pano de fundo histórico o golpe militar de 1964.” (p.4)
Caros Ouvintes não é só uma peça engraçadíssima (sério, há muito tempo eu não ria tanto assistindo uma comédia! 
). É, também, muito sensível 
. Esta transição do rádio pra televisão, a demissão de atores que criavam personagens com a voz e a interpretação, o avanço implacável de um progresso que machuca tanta gente, a questão do golpe militar, da falta de sensibilidade de profissionais que delatavam os próprios colegas às forças repressoras e o empenho do elenco de Espelhos da Paixão de fazer o último capítulo ir ao ar a qualquer custo, realmente são comoventes e dão o que pensar! Eu considero válidas todas as experiências que me transformam e engrandecem. Assistir Caros Ouvintes fechou meu findi com chave de ouro! 
Acrescento ao post outro trecho da revista, do texto Era do Rádio, de Nilson Xavier:
“(...) Na verdade, a TV deve muito ao Rádio. Deve seus primeiros profissionais, os pioneiros. Atores, roteiristas, sonoplastas e diretores que migraram do Rádio para a nova mídia que surgia. A TV, ainda sem gente especializada, se valia do conhecimento daqueles que fizeram o Rádio no Brasil. Mas, se justificava o temor que se instaurou nas emissoras radiofônicas nos primeiros anos de Televisão. Diretores e roteiristas ganharam uma nova casa. Mas os atores, que, até então, só lidavam com a voz e interpretação oral, tiveram que se preocupar também com o visual, já que passariam a ser vistos.” (p.16)
A revista, aliás, é ótima, bastante informativa! Adoro entretenimento de qualidade! ^^ Como já disse anteriormente, a humanidade evolui, por incrível que pareça e contrariando o papinho enfadonho dos eternamente revoltados! Estamos em plena era da internet e existem muitas pessoas voltando para o passado, curtindo coisas do passado. Há algo de encantador e fascinante nas radionovelas, nas cantoras do rádio, nos jingles de antigamente! 
Talvez nós atinjamos um estágio em que esta idéia perversa de progresso simplesmente deixe de existir e sejamos capazes de ver que todas as épocas tiveram seus prós e contras e que nós, afinal de contas, temos o direito de gostar do que quisermos! 
Eu, apaixonada por MPB, curto o repertório da Maria Bethânia e do Ney Matogrosso, por exemplo, que interpretam músicas pré-históricas! E lindas! Meu irmão comprou os cds da coleção de música clássica da Folha de São Paulo e eu ouvi a coletânea do Mozart e do Vivaldi. Amei! 
Mozart é absolutamente fofo (queria ver a cara de um ouvinte de música clássica, metido a erudito, ao ler esta frase!
)! O Mozart é um compositor do século XVIII. O Vivaldi viveu entre os séculos XVII e XVIII. Tipo, faz tempo, né?! A música deles é extraordinária até hoje 
. Sem dúvida, o progresso é importante. Minhas idéias seriam veiculadas com muitíssimo mais dificuldade, se ainda estivéssemos na época do mimeógrafo, aliás eu nem sei se teria a oportunidade de veiculá-las! Como professora de Educação Infantil que abandonou o navio, já usei muito mimeógrafo e fiquei piradona de álcool! 
Existem, até hoje, professoras e pessoas em geral que usam mimeógrafo! Em alguns lugares do planeta, o tal progresso nem chegou! Eu gosto de tecnologia. Acho o máximo o smartphone, por exemplo! 
Dá pra fazer de tudo! Acho o máximo ter Netflix no smartphone e assistir Arquivo X esparramada no sofá, à noite! 
Mas também gosto de fazer tricô, escrever cartas à mão, colorir livros e outras coisas que o progresso não consegue destruir. Fico feliz de viver em uma época de pessoas mais abertas à diversidade e isto tem a ver com o tempo, também! Antigamente, as coisas não eram tão fáceis e rápidas e não condensavam múltiplas funções num chip minúsculo. Mas eram feitas com mais carinho e cuidado 
. Por isso a Caros Ouvintes me tocou tanto! 
É bonito ver seres humanos manifestando o que têm de melhor! Eu brinquei muito de rádio com meus alunos, contando histórias com (d)efeitos especiais, já fiz peças de teatro com cenário caindo aos pedaços e até hoje leio poemas, crônicas e contos para os meus amigos 
. Há algo de fascinante nisso! Quando nós não temos recursos, nos restam a imaginação e a criatividade! Não é pouca coisa. Recomendo a todos a peça Caros Ouvintes! Vale a pena prestigiar aquele elenco excelente e aplaudir de pé! 
Na foto, aparecem a revista de divulgação da peça e o meu ingresso:
Esta história me lembrou uma música linda do Queen, chamada Radio Ga Ga. Deixo vocês na excelente companhia do meu amado Freddie Mercury (e banda) e nos vemos na próxima postagem! … Por uma razão que desconheço, não estou conseguindo fazer o upload do vídeo aqui no blog! 
Então, deixo aqui o link. Vou tentar resolver o problema o mais rápido possível!
https://www.youtube.com/watch?v=azdwsXLmrHE
Abraços 
,
Luna
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